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Vivendo e aprendendo

Na vida temos muitas surpresas, boas, ruins, inesperadas... Temos que estar preparados para reagir a cada uma delas. Chore, ria, faça careta, pule, dançe, cante, corra, viva. Não tenha medo de Viver e ser feliz!
Existem momentos na vida, que podem parecer bobos, que possam parecer comuns para você no enquanto, mas um dia você pode olhar pra traz e diz: esse foi o dia mais feliz de minha vida. "até agora".
Por isso, aprecie cada momento na vida, como se fosse único, e especial, com uma pessoa especial.Não busque a felicidade muito longe, ela pode estar mais perto do que você imagina!
Tente apenas ser feliz, faça o que der vontade, não se importe com o que os outros dizem sobre você, porem, tente não dizer nada sobre os outros. Não faça com o próximo o

Victor Hugo

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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Poesias Infantis

Vinícius de Moraes(A arca de Noé)

Sete em cores, de repente

O arco-íris se desata

Na água límpida e contente

Do ribeirinho da mata.

O sol, ao véu transparente

Da chuva de ouro e de prata

Resplandece resplendente

No céu, no chão, na cascata.


E abre-se a porta da Arca

De par em par: surgem francas

A alegria e as barbas brancas

Do prudente patriarca


Noé, o inventor da uva

E que, por justo e temente

Jeová, clementemente

Salvou da praga da chuva.


Tão verde se alteia a serra

Pelas planuras vizinhas

Que diz Noé: "Boa terra

Para plantar minhas vinhas!"


E sai levando a família

A ver; enquanto, em bonança

Colorida maravilha

Brilha o arco da aliança.


Ora vai, na porta aberta

De repente, vacilante

Surge lenta, longa e incerta

Uma tromba de elefante.


E logo após, no buraco

De uma janela, aparece

Uma cara de macaco

Que espia e desaparece.


Enquanto, entre as altas vigas

Das janelinhas do sótão

Duas girafas amigas

De fora a cabeça botam.


Grita uma arara, e se escuta

De dentro um miado e um zurro

Late um cachorro em disputa

Com um gato, escouceia um burro.


A Arca desconjuntada

Parece que vai ruir

Aos pulos da bicharada

Toda querendo sair.

Vai! Não vai! Quem vai primeiro?

As aves, por mais espertas

Saem voando ligeiro

Pelas janelas abertas.


Enquanto, em grande atropelo

Junto à porta de saída

Lutam os bichos de pelo

Pela terra prometida.


"Os bosques são todos meus!"

Ruge soberbo o leão

"Também sou filho de Deus!"

Um protesta; e o tigre — "Não!"


Afinal, e não sem custo

Em longa fila, aos casais

Uns com raiva, outros com susto

Vão saindo os animais.


Os maiores vêm à frente

Trazendo a cabeça erguida

E os fracos, humildemente

Vêm atrás, como na vida.


Conduzidos por Noé

Ei-los em terra benquista

Que passam, passam até

Onde a vista não avista


Na serra o arco-íris se esvai . . .

E . . . desde que houve essa história

Quando o véu da noite cai

Na terra, e os astros em glória


Enchem o céu de seus caprichos

É doce ouvir na calada

A fala mansa dos bichos

Na terra repovoada.

A Arca de Noé (Vinícius de Moraes)

O Relógio


Vinícius de Moraes

Passa, tempo, tic-tac

Tic-tac, passa, hora

Chega logo, tic-tac

Tic-tac, e vai-te embora

Passa, tempo

Bem depressa

Não atrasa

Não demora

Que já estou

Muito cansado

Já perdi

Toda a alegria

De fazer

Meu tic-tac

Dia e noite

Noite e dia

Tic-tac

Tic-tac

Tic-tac . . .


A Casa


Vinícius de Moraes

Era uma casa

Muito engraçada

Não tinha teto

Não tinha nada

Ninguém podia

Entrar nela não

Porque na casa

Não tinha chão

Ninguém podia

Dormir na rede

Porque na casa

Não tinha parede

Ninguém podia

Fazer pipi

Porque penico

Não tinha ali

Mas era feita

Com muito esmero

Na Rua dos Bobos

Número Zero

A Galinha-D'Angola


Vinícius de Moraes

Coitada

Da galinha-

D'Angola

Não anda

Regulando

Da bola

Não pára

De comer

A matraca

E vive

A reclamar

Que está fraca:
— "Tou fraca! Tou fraca!

A avó
por Olavo Bilac


A Avó, que tem oitenta anos,
Est
á tão fraca e velhinha!...


Teve tantos desenganos !
Ficou branquinha, branquinha,

Com os desgostos humanos.
Hoje, na sua cadeira,

Repousa, pálida e fria,
Depois de tanta canseira:
E cochila todo o dia,

E cochila a noite inteira.
Às vezes, porém, o bando

Dos netos invade a sala ...
Entram rindo e papagueiando :
Este briga, aquele fala,
Aquele dança, pulando ...
A velha acorda sorrindo.

E a alegria a transfigura;
Seu rosto fica mais lindo,
Vendo tanta travessura,
E tanto barulho ouvindo.

Chama os netos adorados,
Beija-os, e, tremulamente,
Passa os dedos engelhados,

Lentamente, lentamente,
Por seus cabelos doirados.
Fica mais moça, e palpita,

E recupera a memória,
Quando um dos netinhos grita :

Ó vovó ! conte uma história!
Conte uma história bonita!"
Então, com frases pausadas,
Conta histórias de quimeras,

Em que há palácios de fadas,
E feiticeiras, e feras,
E princesas encantadas ...

E os netinhos estremecem,
Os contos acompanhando,
E as travessuras esquecem,

- Até que, a fronte inclinando
Sobre o seu colo, adormecem .


O Pássaro Cativo
por Olavo Bila

Armas, num galho de árvore, o alçapão;
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,

A gaiola dourada;

Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos, e tudo:
Porque é que, tendo tudo, há de ficar

O passarinho mudo,

Arrepiado e triste, sem cantar ?
É que, crença, os pássaros não falam.
Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender ;

Se os pássaros falassem,

Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

“Não quero o teu alpiste !

Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que a voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro

Da selva em que nasci;

Da mata entre os verdores,

Tenho frutos e flores,
Sem precisar de ti !

Não quero a tua esplêndida gaiola !
Pois nenhuma riqueza me consola
De haver perdido aquilo que perdi ...
Prefiro o ninho humilde, construído
De folhas secas, plácido, e escondido
Entre os galhos das árvores amigas ...

Solta-me ao vento e ao sol !

Com que direito à escravidão me obrigas ?
Quero saudar as pompas do arrebol !

Quero, ao cair da tarde,

Entoar minhas tristíssimas cantigas !
Por que me prendes ? Solta-me covarde !
Deus me deu por gaiola a imensidade:
Não me roubes a minha liberdade ...

Quero voar ! voar ! ... “

Estas coisas o pássaro diria,

Se pudesse falar.

E a tua alma, criança, tremeria,

Vendo tanta aflição:

E a tua mão tremendo, lhe abriria

A porta da prisão ...
A Borboleta
por Olavo Bilac

Trazendo uma borboleta,
Volta Alfredo para casa.
Como é linda! é toda preta,
Com listas douradas na asa.
Tonta, nas mãos de criança,
Batendo as asas, num susto,
Quer fugir, porfia, cansa,
E treme, e respira a custo.
Contente, o menino grita:
“É a primeira que apanho,
Mamãe!vê como é bonita!
Que cores e que tamanho!
Como voava no mato!
Vou sem demora pregá-la
Por baixo do meu retrato,
Numa parede da sala.”
Mas a mamãe, com carinho,
Lhe diz: “Que mal te fazia,
Meu filho, esse animalzinho,
Que livre e alegre vivia?
Solta essa pobre coitada!
Larga-lhe as asas, Alfredo!
Vê como treme assustada...
Vê como treme de medo...
Para sem pena espetá-la
Numa parede, menino,
É necessário matá-la:
Queres ser um assassino?”
Pensa Alfredo... E, de repente,
Solta a borboleta... E ela
Abre as asas livremente,
E foge pela janela.
“Assim, meu filho! perdeste
A borboleta dourada,
Porém na estima cresceste
De tua mãe adorada...
Que cada um cumpra a sorte
Das mãos de Deus recebida:
Pois só pode dar a Morte
Aquele que dá a Vida.”


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